sábado, 6 de janeiro de 2018

                          COMENTÁRIO DO FILME MOTHER

            Recebi duas recomendações para assistir ao filme Mother do diretor Darren Aronofsky, e como tinha amado Cisne Negro que ele também dirigiu procurei assistir.
            Um filme tenso e intenso. Um casal, um poeta tentando achar inspiração para seus escritos e uma esposa que tenta restaurar a casa do amado que havia queimado. Recebem ao acaso a visita de dois fãs, e a partir de ai, uma série de situações inesperadas. Um homicídio, na briga entre irmãos pela herança do pai ainda vivo. (Caim e Abel?)
            A esposa sentindo-se invadida, a relação mulher e casa, um unidade, ela sente a casa, a casa a sente. Ele isolado em seu mundo da escrita. Fim do filme me pergunto, o que teria feito o Diretor produzir esse filme e encontrei essa fala:
— Só queria fazer as pessoas se assustarem novamente. E trabalhar com algo que nos tira a todos do sério: a possibilidade de nossa casa ser invadida. E como as pessoas tratam nossa intimidade, nosso planeta, e as consequências disso para todos nós. E, em cinco dias, fui do Paraíso ao Apocalipse com o mito da mãe terra na cabeça — diz Aronofsky
            O filme culmina com cenas de canibalismo do recém-nascido, da queima da casa, e do renascimento. Um filme que por momentos me produziu sono, pela falta de luz, se passa quase que inteiramente na escuridão e no luz que fusque. E em outros momentos tensão. Ao terminar o filme meus músculos todos contraídos.
            Pensei uma nova vida, uma gestação pode produzir muitos efeitos, tanto na mãe, quanto no bebe, quanto no pai, quanto na sociedade. Essa relação mulher-casa, mulher-casa-gestação. Ela ali naquela casa isolada, tentando agradar seu amado, sentindo solitária, isolada tanto quanto a casa, duas em uma. Não mais duas agora três, um terceiro e seus efeitos.
            O som da agua no filme não é algo relaxante, mas algo que faz preocupar-se, quem mais estaria ali? Vida e morte, criatividade truncada.
Que poesia é essa? Que não sai, que produz público?
            O fogo, como elemento de destruição e renovação. A casa se refazendo, tudo volta ao início.
            Concluindo, achei um filme chato, longo demais, assisti até o fim, pois tenho por habito não desistir, e me deixar surpreender. O canibalismo do recém-nascido me fez pensar no que hoje se tem feito com nossas crianças. No genocídio que existe no Brasil. E em quantas crianças se vê morrer mundo afora no cotidiano da mídia. Me fez pensar nessa vida de um casal e na representação do filho como um intruso. Nesse casal que o homem não conseguia produzir, uma mulher que vive para ele, e um terceiro que não é pensado por si só, mas como solução para algo não resolvido.
            Diz que o Diretor pensou em algo bíblico, seria o final do filme o apocalipse???
         



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