quarta-feira, 29 de novembro de 2017

RISCO E RABISCO:                                                   ...

RISCO E RABISCO:                                                   ...:                                                      Medo de aranha                                                                    ...

                                                     Medo de aranha

                                                                                       Magaly Andriotti Fernandes
                Essa semana fiquei com minhas netas. Elas moram numa agroflorestal, o que representa um convívio entre homem-natureza intenso e em consonância. Sempre gostei da vida no campo, na floresta. Gosto esse com limites, respeito a natureza, procuro conhece-la, observa-la. Amo pássaros, cores, voo diversos, estilos de vida. Tenho pensado em entrar num grupo de observadores de pássaros.  Tem gralhas, que vem em busca de um habitat para sobrevivência, tucanos, beija-flores, canários e muitos outros.
A flora  lá é linda, muitas palmeiras, abacateiros, bergamoteiras, arvores frutíferas vivendo entre arvores nativas. Dizem que nos cânions existe o leão baio típico dessa região, mas ninguém o vê. Insetos são numa quantidade inumerável. As cinco hora da tarde devemos fechar toda casa para que os mosquitos não a invadam. Eles são em número assustador. Os sapos, esses adoram vir esconder-se dentro de casa. Há uma perereca que vive no banheiro do segundo piso. Outro dia me deu o maior susto, ainda bem que não sentei no vaso, sem antes puxar a descarga, pois la estava ela.  Viu aquela agua, e era natural viver assim na agua. Sabia ela que os humanos fazem daquele lugar suas necessidades. No térreo, minha neta, já batizou o sapo que la vive, de dinossauro. Ele, o nome já diz o quão grande  é, e todo enrugado. Eu amo sapos, desde minha primeira infância, ia em busca dos mesmo. Cheguei a abrir um para saber como funcionava. Eles não me assustam. Na cozinha próximo ao fogão outra perereca, essa marrom que adoro coaxar enquanto se cozinha. E os sapos são predadores dos insetos. Assim como as lagartixas.
Outro dia, me contaram as meninas, entrou uma jararaca. Meu filho não sossegou até coloca-la para fora. Ele diferente de mim, não tem medo, a tirou viva, devolveu para a floresta. Uma aranha caranguejeira no banheiro do quarto do casal. Também, meu filho pegou com luva e a jogou para o mato.
Um dia eu quem sabe chego lá. Aranhas sempre as tive muito distantes. Quando pequena também morava bem próximo ao mato. Minha mãe as temia; eu mais ainda. Tenho verdadeiro temor desse animal.
Depois de muitos anos de analise, já não entro em pavor diante das aranhas, mas chegar a pegar uma quando as encontro na casa, mesmo que com luva e jogar fora. Ah isso não, nem pensar. É muita intimidade para minha cabeça e mãos.
Estávamos as três prontas para dormir, li O menino e o pardal de Daniel Mundurucu. Minha neta mais velha viu uma aranha, daquelas com pernas longas, que tem por todos os lados  e a matou. Ela estava bem ao lado da cama da pequena.
Íamos iniciar a leitura do livro sobre aranhas do francês Laurent Cardon, que amamos. Ele é apenas desenhado e conta a história da mamãe aranha ensinando a filha a fazer teias e a comer insetos. Olho na parede, nas costas da neta mais velha uma aranha enorme. Enorme, um bicho horrível, pequei o livro e me dirigi para matá-la, junto comigo minha neta pequena. Eu fui afasta-la, com medo da reação da aranha, e nisso a aranha desaparece. As gurias a viram saltar, eu não vi. Como dormir num quarto com aquela aranha. Nos mudamos para o quarto dos pais delas. Elas As crianças dormiram logo, e eu fiquei a noite toda entre acordar e dormir. Acendia a lanterna e olhava ao redor, para ver se a aranha não nos tinha perseguido, e também não querendo acordá-las.
Todos meus medos infantis ali de novo. Acordava assustada a sentindo nos meus cabelos. As meninas estavam a salvo na cama dos pais.
Pela manhã, meu primeiro ato foi pegar o aspirador, e aspirar todo o quarto das meninas. Nos encontramos lá eu e a aranha. Ela grande do jeito que era, fugia do aspirador. Me muni do chinelo, mas isso representava uma proximidade por demais suportável. Acertei com o aspirador suas pernas. Ah...ficou sem pernas, eu feliz. Uma parte dela agora já extraída. Não me bastava, aspirei o corpo, e trancou a máquina. Meu instinto assassino veio a tona, busquei uma faca e a enviei para dentro do aspirador. Assim tinha certeza que ela estaria bem morta. Sim não bastava estar morta, tinha que estar bem morta. Alivio total, agora eu era novamente livre para transitar pelo espaço.

Depois sentei, com a cuia de chimarrão e fiquei meditando. Isso não tinha nenhuma lógica, olha o meu tamanho, milhares de vez maior que o da aranha. A luva estava ali na escada, o que me impedia de pega-la e devolve-la para a natureza. O meu medo, um medo ancestral; antes pavor, hoje já proativo. Uma reação de destruição ainda. Nós duas não podíamos viver na mesma casa. Era eu ou ela. Eu venci. Um dia conseguirei viver com elas, cada um no seu habitat.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017




                                       DEPOIS DA FEIRA DO LIVRO - Os ecos do evento


                          Já sou uma apaixonada por Porto Alegre. Ter passado a tarde na feira do livro, ouvindo autores falando da arquitetura na ficção, sobre livros de terror que se tornaram filmes, vantagens e criticas. Ouvir dois autores nordicos que escrevem juntos. E que para conseguir administrar os conflitos que surgiram dessa prática, e que não eram poucos, tiveram que buscar uma terapeuta, e criar um personagem que hoje assina a produção da dupla. Retornar para casa, tendo esse por de sol no Guaiba, essa cor vermelha, é o paraíso.
                           Participava do desafio literário, mas meu poetrix, me colocou fora do pareo. Sem problema , próximo ano enfretaremos o novo. O importante foi ter aceitado o desafio de escrever um estilo nunca antes tentado. Encontrar e conhecer novas pessoas.
                            Ir a feira do livro sempre foi uma rotina na minha vida. Esse ano esta sendo bem atípico, pois me tornei uma rata da feira. Quase todos os dia estou por lá, escolho de duas a tres palestras para participar, já adquiri uns dez livros dos quais já li tres, pura magia.

                           

RISCO E RABISCO: BEIJA- FLOR-Eu sou um dos mais belos beija- flor...

RISCO E RABISCO: BEIJA- FLOR

-Eu sou um dos mais belos beija- flor...
: BEIJA- FLOR -Eu sou um dos mais belos beija- flores que andam voando por ai. Sou um beija-flor de calda longa. estou aqui paradinho, p...

terça-feira, 14 de novembro de 2017

RISCO E RABISCO: Ser avó                  Cada dia,dos  ultimos do...

RISCO E RABISCO: Ser avó
                  Cada dia,dos  ultimos do...
: Ser avó                   Cada dia,dos  ultimos doze anos,  como avó,tem sido recheado de surpresas. Meu primeiro neto, adora ciência...



Ser avó


                  Cada dia,dos  ultimos doze anos,  como avó,tem sido recheado de surpresas. Meu primeiro neto, adora ciências, games, e agora a musica. Minha neta do meio canta e compoe maravilhosamente, adora dançar e se inicia no violão. E a pequena Liz é uma falante de primeira ordem. Desenhar é uma das atividades que ela ama. Nesse final de semana, desenhou o coelho, o pato e um fantasma . Fantasma esse que é camarada, com ela mesmo dize. E depois duas flores, a Leona sua cachorra quando estava esperando o Iogo.
                          Construimos uma historia para o pato e o coelho. Ali bem proximo onde mora a Liz, havia um lago onde o pato adorava nadar. O coelho era seu vizinho morava no tronco de uma arvore. 
Um dia começaram a ouvir sons estranhos. As cenouras do coelho desapareciam, os milhos do pato igualmente. Eles andavam intrigados. Conversa vai conversa vem, começaram a investigar, e a ficarem mais observadores para ver quem era o autor dos desaparecimentos. Eis que o fantasma, distraiu-se e se deixou pegar em flagrante. Que susto....os dois ficaram apavorados. Um fantasma...que medo! 
                          -Não precisam ficar com medo não...eu sou amigo...peço desculpas por pegar seus alimentos, e que encontrei uma familia de coelhos muito grande que dona coelha não estava conseguindo alimentar. E uma familia de patinhos. Querem vir comigo conhecer?
                         Os dois se olharam meio desconfiados.  - O pato que era mais audacioso, falou: - vamos sim. Onde fica?
                            - do outro lado do lago.
                        E lá foram os tres naquela expedição em busca das duas familias. Porém o coelho deve a feliz idéia de levarem com ela, cenouras e milhos.
                        O fantasma era um excelente cantor. Foram cantando e rindo.
                        Logo encontraram a família da pata e seus filhotes. O pato brincou muito com o gurpo, entraram no lago. Ajudou os menores que ainda não haviam se iniciado na arte de nadar.
                          O coelho e o fantasma so observando.
                         Com a família de coelhos aconteceu a mesma coisa, o coelho interagiu com o grupo.
                          E o mais interessante, que nem um grupo nem outro viam o fantasma, e não sabiam que era ele que trazia-lhes o alimento. Ficaram muito gratos aos novos amigos.
                               O desenhos das flores e da cachorra vamos deixar para um proxima vez a historia. Duas flores com chão, com folhas.
                                  Ser mãe já transformou a minha vida totalmente, e agora ser avó outros movimentos. E eles não param...pois o quarto neto ou neta já esta a caminho. E o coração bate mais forte já imaginando que novas aventuras viveremos juntos.
                    

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

RISCO E RABISCO:                                                   ...

RISCO E RABISCO:                                                   ...:                                                           Eu e as árvores                                                                ...
                                                          Eu e as árvores
                                                                                                                                         Magaly Andriotti Fernandes
Hoje tomando meu café matinal como de costume, na cozinha e em pé, sempre abro a janela e observo como esta tempo, sol, chuva, nuvens; frio, calor. Hoje nublado e fresco. Primavera, mas um típico dia de outono. Aliás esse ano fugi do inverno indo para Itália e agora só me resta o outono. Dei-me conta que daqui onde moro, vejo as arvores de cima. Diferente de quando era menina, saia correndo pela manhã e me emprenhava no mato vizinho a nossa casa, e ficava a brincar nas raízes das paineiras. Paineiras enormes, com troncos largos, onde muitos pássaros viviam e eu podia os observar. Ficava ali, me sentindo protegida embaixo das arvores. Ali fazia meu mundo, e viajava.
Agora isso, quase quarenta anos moro aqui, e apenas hoje me dei conta que estou acima das árvores. Ainda observo os pássaros, mas só enquanto estão no voo. Quando pousam ,a copa das arvores, não me permite vê-los. A cada estação do ano, a coloração e bem diferente. Agora tempos o lilás, o amarelo e o verde. No outono mesmo, as arvores ficam marrom, douradas e ou avermelhadas. No inverno, muitos galhos, poucas folhas, verde mais escuro. No verão assim como na primavera muitas flores. No verão abrem as Flamboyas, lindas, um tapete vermelho. E sou abençoada, existem três pés na minha rua.
Fico, pensando cresci, bobagem, tenho só um metro e meio, não muito diferente de quando era menina. A questão é que vim morar aqui no alto, no nono andar. Essa visão de cima da vida. Posso observar as pessoas saindo para o trabalho. As pessoas indo caminhar, passear. Escuto risadas, choros, gritos, dependendo do movimento e das intenções das mesmas. Estou estrategicamente posicionada, pois não me veem e eu as vejo. Vejo silenciosa e reflexiva. Minha curiosidade nunca foi de exposição ou de fofoca. A vida humana sempre me fez pensar nas suas causas e consequências. Sempre me impliquei no que vejo.
Outro dia vi um assalto, logo liguei para a polícia, me identifiquei, descrevi, e aguardei que eles chegassem. Assim com brigas, agora não mais tão frequente, mas havia um período que vizinhos desciam para brigar no pátio. Já precisei internar uma das vizinhas que estava em franco surto psicótico. Eu internar não, orientar a família de como faze-lo e ajudar no processo.

Estou na realidade com essa sensação estranha de estar sobre as arvores. E não estar subida nelas que é meu lugar preferido, mas acima delas. São lindas, tem Ipês, tem Araucárias, tem Coqueiros, tem Flamboyas, tem outras que não sei o nome. Uma flora vasta nessa rua. As copas são amplas, fechadas e compactas. Daqui de cima é lindo e seguro. Lá de baixo a noite, sem muita iluminação, numa cidade onde as desigualdades são tantas, fica tudo inseguro. Estou me sentindo uma sentinela no castelo.

terça-feira, 7 de novembro de 2017


BEIJA- FLOR

-Eu sou um dos mais belos beija- flores que andam voando por ai. Sou um beija-flor de calda longa.
estou aqui paradinho, para pensar um pouco. Terminei de ver uma linda companheira. Meu coração está batendo muito forte.
-Oi, ela cantou para mim...
-Que cores lindas tu tens. Amo lilas e azul.
E ele ficou ali congelado, não conseguiu dar um piu, um canto siguer. Ela era maravilhosa, o som de sua voz o fazia tremer todinho. E aquela cauda longa, tão necessaria para atrai-la, o deixava ali, parado. Tinha medo de dar um voo e cair.
- Eu estou aqui de passagem, meu ninho fica muito longe daqui.
Ele respira funda e consegue então dizer: - realmente não a tinha visto por aqui.  Voce tambem tem cores vibrantes, e tua voz.
Ela pulou e ficou ao lado dele.
Ele ensaiou um beijo.
Ela já estava virada para ele.
Ali ficaram paralizados. Suas caldas se entrelaçaram.
Voaram juntos, e alto.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017



                                       A borboleta na janela

Estava saindo rumo a feira do livro, e uma serie de escutas a que me propus, quando ali presa na minha janela uma linda borboleta amarela e preta. Borboleta essa que me trás a lembrança imediata da infância. ela  é meu marcador de paginas, sim , algo não muito agradável, mas achei uma dessa especie morta, e a transformei. Na tampa do vaso sanitário outra, igualzinha.
Borboletas são símbolos de transformação. Eu me sinto enclausurada numa mesma forma, num ciclo vicioso de pensamentos, empacada, sem sair do mesmo lugar. Vê-la ali na janela, sai rápido e a libertei. Já se foram os anos em que as colocava espetadas por alfinetes junto ao quatro de cortiça.Sim adorava minha coleção de borboletas, amarelas, brancas, azuis, multicoloridas.
Sempre me dizia, sem problema elas vivem pouco, assim pelo menos enfeitam a minha coleção.
Ela voou do nono andar feliz, livre, vento da primavera. E eu sai rumo a Feira do livro.

Histórias que Pintam:  "As cinco direções de um corpo" é o novo livro e...

Histórias que Pintam:  "As cinco direções de um corpo" é o novo livro e... :  "As cinco direções de um corpo" é o novo ...