terça-feira, 27 de dezembro de 2016

RISCO E RABISCO:                                                   ...

RISCO E RABISCO:                                                   ...:                                                                           2016                                                          ...

                                                                          2016


                                                                                                           Magaly Andriotti Fernandes

                                                      “Quem olha pra fora sonha, quem olha para dentro, acorda.”

Esse ano foi para mim um tempo de reflexão e descobertas. Estar aposentada da minha atividade profissional principal é uma novidade, mesmo já estando no segundo ano nessa condição.
Antes de 2014, data que encerrei minha atividade como psicóloga jurídica, psicóloga no contexto penal, vinha me dedicando ao autoconhecimento. Pensando a que me dedicaria, o que queria fazer, o que busco, qual o sentido da vida, depois da aposentadoria.
Ingressei num grupo de mulheres que trabalham o sagrado do feminino. Ai dois desafios, trabalhar em grupo de mulheres, e o percurso rumo ao eu mulher, ao feminino, e aqueles valores deixados de lado pela modernidade.  Espaço que tem sido muito importante para o aprofundamento do meu eu.
Busquei a música, na forma de canto, e de audição. O canto deixei para mais tarde o projeto de ingressar em um coral. Ouvir música passou a ser meu cotidiano. A música nos eleva, nos tranquiliza, nos relaxa. Tem músicas que agitam, que nos tornam agressivos, mas optei pelas demais. Agitada e agressiva, dois predicados que venho buscando eliminar.
O tear, esse era um sonho antigo, agora realizado. Viajar pelas tramas dos fios, criar peças, saias, mantas, tapetes, cachecóis, almofadas, panos e por ai afora. As aulas eram um espaço de partilha e trocas com outras pessoas.  A textura dos fios, as cores, a possibilidade de criação. Pensar nossas roupas de diferente forma. Hoje os tecidos sintéticos, roupas descartáveis.  Para se produzir um fio de algodão ou outro material, tece-lo, costurar, colar...até a peça final uhuuuuuu. Uma peça produzida por nos tem um gosto e um sabor diferenciado.  Você deve estar pensando essa escritora e doida, desde quando roupa tem gosto e sabor??? Tem sim pois quando se desperta os sentidos à criatividade o prazer despertado pela criatura pronta ali…e infindável.
A oficina de escrita, poder ler de forma orientada, ter um grupo com quem trocar e aprender. Ter uma escritora ali para te ir sinalizando o caminho, foi uma das melhores escolhas que fiz. A cada semana, novo texto para ler e comentar, outro para escrever, fazer as revisões, um universo que se abre. O grupo composto por pessoas de diferentes formações, com ideias e estilos diferentes, num diálogo permanente, se permitindo ouvir e receber críticas, elogios, sugestões. Escrever é muito bom e requer soltar a imaginação, requer retomar a gramatica de sua própria língua, um caminho sem fim.
A atividade física, a zumba particularmente. Sim esse ano me propus além de cantar, que deixei para o próximo, dançar, que também ficou no meio do caminho. Amei dançar. A zumba não só e divertida como estava me ajudando no emagrecimento.  No momento de escolhas, terminei deixando pelo caminho. O caminhar que foi feito de forma assistemática, a dança circular que ficou pontual.
Bordar nesse ano de 2016, se mostrou com uma perspectiva. Associei a escrever livros, e fiz o livro para minha neta caçula: A menina e o cavalo rosa. O cavalo rosa é um personagem que ela mesmo inventou e que eu dei asas. Com o livro fiz uma boneca de pano e um cavalo com crinas rosas. Com os personagens é possível que o leitor crie suas próprias histórias.
Antes desse escrevi e desenhei:   A cobra-cão. Um livro infantil dedicado as minhas duas netas. Ele nasceu depois que fiz em pano, uma cobra de cinco metros, para elas brincarem. A cobra hoje serve da almofada para o espaço de leitura das duas. A cobra-cão e uma cobra que sonha em ser cão de guarda das meninas. Ela nasce do coração.
Criei dois blogs, um para postar meus escritos, outros para postar meus artesanatos. Pois sim além do tear, o tricô, o crochê, o papel marche fazem parte da minha construção de vida. E bom ver o resultado, ler os comentários, retomar projetos depois da interação com os outros.
E sim um ano que me dediquei mais do que nunca a mim. Aos meus netos, aos filhos e noras e aos amigos. Um ano que busquei retomar laços familiares deixados pelos caminho. Revi primas, primos, tia iniciamos um resgate de encontros ensinados pelo avô materno. Exercitei a arte de ficar longe e de estar presente.  Parece loucura não?  Sempre fui muito grudada com minha família de origem mãe, pai, irmão avos. Esse ano fiquei um pouco distante deles. Depois que vieram os filhos, grudei neles. Aprendi que o convívio é bom, mas tem os seus limites.  Que a vida existe para além das relações familiares.
Com os amigos tive momentos maravilhosos, e outros definidores. Ser amigo e também partir, e despedir-se, e não aceitar o que não tem a ver com os teus princípios éticos. Conheci lugares surpreendentes.  Viajar e uma das ações que estão no topo das minhas escolhas. Uruguai, Argentina, Florianópolis, Arroio do Sal, Praia Grande, Campo Grande etc. 
Sinto e repercute em mim, as mudanças políticas que estão se dando na minha cidade, Estado, pais e no mundo, porem tenho procurado não deixar me levar por essa energia. As mudanças só se darão quando cada um de nós mudar. Um clichê: quando eu mudo o mundo muda. Muda mesmo. Eu estou mudando e você?

Sou muito grata a Deus por esse ano de encontros e desencontros, um ano de aberturas, de possibilidades e de muita criatividade. Que me venha 2017, cheio de amor...

domingo, 11 de dezembro de 2016

                                    A MENINA E O CAVALO ROSA

                                                             Magaly Andriotti Fernandes e Liz Fatima Brustolin dos Santos
 Minha neta caçula, hoje com três anos, inventou um personagem: o cavalo rosa. Sempre que a visito ou ela a mim, falamos sobre ele e suas aventuras. Pensando nisso resolvi bordar um livro com a menina e o cavalo rosa. E ai está.
Belo dia a menina dormindo sonhou que tinha um cavalo. Não era um cavalo qualquer, era todinho rosa, e ele adorava passear pelo mundo. Ela subia nele e juntos foram iam a diversos lugares.
 O cavalo rosa adora descansar próximo a casa da menina. Beber água no lago que ali se forma límpido.E comer daquele pasto delicioso  cultivado pela menina e sua família.
 Ela mora  próximo aos Canyon e juntos sobem  ao topo para observar a natureza e ouvir os pássaros.
                                                     Os dias de sol sempre os une para suas aventuras. Os de chuva também.
 O cavalo tem uma família.É filho único.e o papai e a mamãe são também rosas e correm soltos pelos campos e montanhas da região.
 Já a família da menina  é maior, ela tem uma irmã seis anos mais velha. Os pais trabalham com comunicação e também construíram uma vida onde a liberdade prepondera. Todas amam nadar no Riozinho próximo.
 A menina ama as flores e o campo .Ela e sua irmã tem um pula pula, onde divertem-se muito.







Com o livro pensei que era importante ela ter o cavalo rosa e a menina, para que as aventuras corressem soltas.

Vejo um flamboyant da minha janela
                                                                                                                                                    Magaly Andriotti Fernandes

É dezembro e quando saio na janela vejo três flamboyants floridos. Tapetes de vermelho. Moro na capital do Rio Grande do Sul e nesse período ainda é primavera, já quase verão. É uma vista multicolorida, tem épocas do ano que os ipês amarelos e os lilases delimitam o colorido.
Moro nesse apartamento desde os meus 21 anos, nele construí meu ninho, eduquei meus filhos, vivi um grande amor Quando olho para rua vejo além de arvores o estuário do Guaíba, parte pequena, mas o vejo lembro das juras de amor que faladas e vividas.
Nesse momento em que a cidade se veste de luzes, e o vermelho na decoração de Natal e uma constante, olhar os flamboyants floridos faz o coração bater mais rápido, faz pulsar as juras de amor faladas e vividas e a boa saudade brota.
A natureza é muito mágica, quantas flores são necessárias para dar a intensidade da cor? Para que todos os galhos fiquem igualmente coloridos, para que o tom especifico do vermelho fique assim tão homogêneo, e de tanto em tanto, pequenos pontos amarelos do miolo da flor fiquem nítidos aqui numa distância que posso ver do nono andar.
Minha mãe amava essa arvore, depois da figueira era sua preferida. Penso que com ela aprendi a observar a natureza. Quando fico triste, preocupada, desassossegada, caminhar pelas ruas do bairro, abraçar as arvores, ou simplesmente achar uma sombra e ali ficar por momentos, me organiza e me alegra.
Flamboyants na janela, sou mesmo uma pessoa privilegiada. O amor está no ar, preciso apenas abrir a porta.

Porto Alegre 11/12/2016

domingo, 20 de novembro de 2016

Comentário critico

Filme: Mãe só há uma

Direção de  Anna Muylaert
O filme é baseado na história do garoto Pedrinho, que descobre ter sido roubado de seus genitores. Na trama Pierre, interpretado pelo ator Naomi Nero recebe a notícia sobre o roubo, e conhece seus pais biológicos que buscam por ele há 17 anos. Ele está passando por uma descoberta sexual e de gênero, usando vestidos, pintando-se, experimentando gestos e beijando tanto garotas como garotos.
Á mim o filme me faz pensar como urge a forma de resolução de conflitos sociais. Um sistema jurídico e penal que congela, que incrementa ódios e raivas. Qual o papel do profissional da áreaPSI nesses casos?
Um jovem em plena adolescência, florido em suas buscas de identidade, recebe assim como uma bomba , a notícia que aquela não e a sua família. No filme não e dito o que fez a mãe rouba-lo, como foi que ele foi retirado da maternidade. O filme foca nele, a irmã também foi sequestrada quando bebe, e vai para outra família. Com a irmã a família, vem e busca, e a leva para Disneylândia. E ai outra pergunta, o que pensam esses pais biológicos, que isso a ajudará esquecer apagar sua relação com a mãe “sequestradora”? 
Existe em todas as intervenções uma profissional PSI mas ela me parece como um vaso, um objeto que ali está, oras fala de si mesmo, de seu tempo de trabalho. A escuta desses jovens, a costura entre as três famílias não ocorre.
Penso eu que esses casos necessitariam sim de uma justiça restaurativa, com encontros restaurativos, com círculos onde todos os interessados pudessem ali conversar, dizer de seus ódios, de suas raivas, de seus medos, de suas expectativas. E a partir daí sim poder pensar uma nova configuração familiar.
O que resolveu prender a mulher que sequestrou as duas crianças? Senão para alimentar o ódio social.
Nem o rapaz, nem a menina demonstraram ódio, por essa que foi sua mãe até o presente momento. No filme essa maternidade se dava por cuidados da alimentação, da higiene dos dois, uma mãe que fazia por eles, a princípio pode se pensar numa mulher invalidando, mas tem poucos dados, poucas informações.
O que se passa na cabeça dos pais de Felipe, que não conseguem pensar que passados 17 anos ele não e mais um bebe? Ele se chama agora Pierre. Quem é Pierre, como vive? Como passou esses anos todos, como foi cuidado ou não?
A sequestradora, sai de cena, é presa, não se fala disso, não há um esclarecimento para os filhos sobre o que a fez rouba-los?  Ele ficam com uma tia, familiar da sequestradora, que se preocupa em deixar a casa andando para que eles fiquem bem, dentro de seus conceitos de cuidados. E entra o profissional inoperante PSI, que nada faz, não assinala, não media, não propõe.
Pensando o filme, me pergunto e o Pedrinho, no qual se baseou o autor para criar a trama, o que se passa com ele hoje?
Outras questões que me coloquei a divagar assim como o poeta e sábio Gibran Kalin Gibran , de quem são os filhos? São meus, teus, da sociedade? Educamos os filhos com que proposito? E os irmãos como estão postos nessa relação?
No filme o irmão quando vê a mãe querendo transformá-lo num auxiliar, salta fora. Em duas cenas ele tenda aproximar-se, criar uma fraternidade. O fim do filme é legal, os dois irmãos olhando para o computador em busca da irmã perdida.

Esse profissional PSI não teria que ter garantido o direito desses irmãos de conviverem?
Magaly Andriotti Fernandes
Porto alegre 20 novembro 2016

sexta-feira, 18 de novembro de 2016



                                                     Um arco íris na minha janela

                                                                                     Magaly Andriotti Fernandes
                Tenho que dizer que esse ano de 2016 tem me possibilitado momentos com a natureza de puro êxtase. Ontem abri a janela ao entardecer e surpreendo-me com dois arcos íris, um bem nítido fazendo todo o contorno do globo terrestre, e o outro suave menos expressivo. Chocante, extasiante... sem palavras para descrever a sensação dessa visão. O rosa, o lilás, o verde, o amarelo, o azul claro, entre outras em contraste com o céu cinza com nuvem depois da chuva, cores intensas. Na segunda já o universo nos presenteou com a super lua. Moro no nono andar, e vejo o nascer da lua cheia mensalmente. Ela vem de trás dos montes, lenta, clara e luminosa. Adoro deixar as luzes apagadas, colocar um mantra, uma música suave e ficar ali recebendo aquela energia.
                Essa semana estou benta, lua e arco íris, a natureza é perfeita. Fico me perguntando como nasce o arco-íris? O que produz essas cores no espaço?  Ficamos tristes por tão pouco, esquecemos da riqueza que somos e representamos para o universo. A lua tem disso, tem faces, o arco íris aparece depois de uma chuva, e nós humanos? Nos humanos não podemos ficar só na contemplação. A contemplação tem que produzir em nós uma forma de ser em conexão.
                Outro dia vendo o mar bater na areia, numa praia paradisíaca, fiquei pensando, que beleza, que perfeição. E ao mesmo tempo pensei nesse mesmo mar, com ondas enorme, avançando na praia a dentro, nas pedras e se casas ali existem destruindo. Tem momentos que a natureza também muda o seu comportamento.  A chuva, mesmo que ontem caísse suave, refrescante, em alguns lugares pode levar a invasão de casas, enchentes.
                Nós e a natureza, essa alteração de humores, tristes e alegres, embelezando ou destruindo. Somos nós a semelhança da natureza? E nossa capacidade de falar, a linguagem que nos diferencia. A condição de únicos que sabemos que somos mortais? O que estamos fazendo com o nosso planeta?  Ao ser humano que tem o poder de leitura e compreensão desses fenômenos, porque não prepondera a construção, a ampliação?
                É dada a hora de eu, não o nós, eu partir para uma pratica transformadora. Como dize os sinais estão dados. As gralhas azuis, a cotia, o vento, o mar, a borboleta gigante dourada com azul no meu retiro do silencio, e agora aqui na minha janela, bem ao alcance dos meus olhos tanta beleza! É dada hora... Ir para o nos também é uma forma de fuga. Esperasse que os outros resolvam, mudem, transformem...e eu?

Porto Alegre, 17 novembro 2016.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

RISCO E RABISCO:  Sombra do Lobo   1992 -Shadow of the Wolf  -Dirig...

RISCO E RABISCO:  Sombra do Lobo   1992 -Shadow of the Wolf  -Dirig...:  Sombra do Lobo   1992 - Shadow of the Wolf  - Dirigido por:  Jacques Dorfmann   Pierre Magny    Uma super produção ambientada nas gele...
 Sombra do Lobo   1992 -Shadow of the Wolf  -Dirigido por: Jacques Dorfmann Pierre Magny  
Uma super produção ambientada nas geleiras árticas com a soberba fotografia do premiado Billy Williams (Oscar em Gandhi). A grandiloqüência dos imensos blocos de neve e o trabalho da edição feito por Françoise Bonnot (Oscar em Z), e da música a cargo do mago Maurice Jarre (vencedor de três Oscar por Lawrence da Arábia, Doutor Jivago e Passagem para a Índia), possibilitam ao espectador vibrar a cada minuto. O filme conta a história de Agaguk (Lou Diamond Phillips), um jovem que se torna guerreiro e desafia a força de um novo e perigoso animal: o homem branco.
Elenco de A Sombra do Lobo
Bernard-Pierre Donnadieu  Brown
Donald Sutherland  Henderson
Gordon Masten  Sailor
Jennifer Tilly  Igiyook

Lou Diamond Phillips  Agaguk      

                                     A sombra do lobo – Comentário critico

Um filme já de 1992, mas que traz ainda muito vivo a relação de poder quando duas culturas interagem. O que faz o humano não ser humilde e querer aprender com o diferente?
O filme se passa numa região ártica, onde a luta pela sobrevivência e o cotidiano. Fala da relação entre pai e filho, permeada pela invasão de outra cultura, trazendo o álcool, o comercio desregrado, injusto, capitalista.
As relações homem e mulher naquelas condições. A relação das pessoas com as forças da natureza através do xamanismo.
A medida que o personagem principal abre seu coração, enfrenta os desafios de seu percurso, com o convívio de sua mulher, e o nascimento do filho, ele cresce, amadurece, regressa, agora já podendo assumir seus atos, controlando seu impulso, e conhecendo melhor o equilíbrio com os animais.
O quanto a interferência dos ocidentais na vida cotidiano dos esquimós visava a destruição de princípios básicos de constituição e de riqueza de um povo.  Repensar as leis a partir de contextos culturais quem sabe não seria uma saída para atual violência.
Novembro 2016 Magaly Andriotti Fernandes


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A menina e os lobos

                                                            Magaly Andriotti Fernandes

Hoje antes de sair da cama assisti ao filme francês: “A menina e os lobos”. Fala de uma menina, que os pais estão tão ocupados com o trabalho que não conseguiram se organizar para as férias escolares da filha. A enviam para a casa do tio que é um biólogo que cuida dos animais num parque florestal.
Ela vai em uma aparente calma e autonomia. Fiquei me interrogando quanta autonomia uma menina de dez anos pode ter? Ela chega num momento em que um casal de lobos ataca as ovelhas dos moradores da região.  E a comunidade quer matar os lobos. O tio quer um tempo para caça-los e envia-los para um zoológico, tendo em vista que os lobos estão em extinção.
O pastor que cuida das ovelhas do biólogo, pensa que consegue falar com os lobos como seu avô e pai faziam no passado. As pessoas da cidade pensam que ele e um lobisomem. Temem que os lobos possam comer seus filhos. O biólogo alerta que o lobo, foi tornado um monstro pelos contos de fadas, mas que mata só para se alimentar, e devem estar de passagem pois de onde vem não tem mais alimentos.
Uma trama muito interessante, pois fala dos medos mais primordiais e da irracionalidade humana a partir deles.  Da educação dos filhos e das relações familiares. E da sabedoria de uma menina que pelos conceitos latino-americanos de cuidados parecia abandonada pelos pais, e não, ela é uma pessoa sabia, carinhosa.
Na relação com o tio, que não a esperava, que era uma pessoa grosseira, sem paciência, ela consegue entende-lo, ser afetiva, e auxilia-lo no seu relacionamento amoroso. Com o pastor que tinha um dom, mas estava com muito medo, e ela o ajuda e seguir seu coração.
Um filme simples, com uma fotografia linda, uma paisagem silvestre encantadora, morro, floresta e neve. Uma cidade pequena, preconceitos, velhos hábitos. E uma criança que com seu coração aberto consegue salvar a família de lobos, e a relação amorosa do seu próprio grupo. E mostrar para toda uma cidade que tem como resolver os conflitos sem matar, sem discriminar. O pastor que também pensava que era lobo, conseguiu levar os lobos para o seu percurso, tira-los da cidade, e ser aceito dentro de sua singularidade.
Porto alegre, 14 novembro 2016.


domingo, 13 de novembro de 2016

M ais um entardecer
A  lua cheia ilumina minha sala
rande e bela sob o ceu lilás e rosa

mor é o que eu penso, puro amor
uz e encantamento

in-Yang

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Leitura comentada:Não Cai da Montanha – Livro escrito pela atriz Shirley MacLaine, no ano de 1970. E um livro autobiográfico. Ela relata sua vida desde a Virginia nos EUA, seus conflitos enquanto filha, irmã, mãe, esposa e atriz. E particularmente enquanto mulher, pessoa. Sua busca pela espiritualidade. No livro ainda não fala disso diretamente, se nomeia de a viajante.  Seu início de carreira foi difícil, mas ela não se detêm nisso, relata, avalia, mas o foco e no momento em que já consagrada como atriz premiada, faz sua busca pelos personagens, e por si mesma. Casa tem um filha, e passa dividir sua vida entre os EUA e o Japão. Seu marido vive lá, ele fica com a filha do casal a maior parte do tempo. Ela refere sua busca, como uma busca pela liberdade. E quer que sua filha também seja livre. Ela e o irmão são muito parceiros diante de pais muito retrógrados pela sua descrição.  Chama atenção seu foco tanto num pais como noutro os efeitos da discriminação entre os povos, nos EUA, época da KUKUXKLAN, ela vencendo seus próprios preconceitos. E na África junto com seus povos diversos, como conseguiu ser aceita e viver por períodos dentre eles aprendendo sua cultura e costumes. Vai até Calcutá, onde a miséria e chocante, onde recém nascidos são abandonados em latas de lixo, segundo ela relata. Vai ao Butão e mostra experiências de expansão da consciência. A contradição de um povo espiritualizado e guerras de poder ainda tão firmadas.
Um livro escrito de forma a fazer o leitor viajar junto. Suas descrições são precisas, não são demasiadas e não perdem o conteúdo que esta posto.  É um texto que se presta a reflexão sobre a busca de si mesmo, e nos faz também aprender com suas experiências em povos tão diversos.  Fala de um tempo especifico, e de um percurso pessoal. Não tem pretensões de ensinar ninguém, despojada e firme.
Eu li agora em novembro de 2016, a 3 edição. A mim me provocou o que a Índia já há muito me faz pensar. E um pais que me instiga, mas que não tenho vontade de conhecer. A contradição entre a miséria humana e a espiritualidade deles me deixa muitas interrogações. Um cultura totalmente diferente da nossa.
Recomendo.
 Magaly Andriotti Fernandes, 06 nov 2016

domingo, 6 de novembro de 2016


Tenho alma de beija flor

                                                                                                         Magaly Andriotti Fernandes

            Falando com minha prima que mora em Campo Grande e vendo fotos de seu jardim que tem uma imensa diversidade de plantas, flores, frutas, me ocorreu a ideia que tenho alma de beija flor.
            Desde muito pequena sempre amei a natureza. Nasci num bairro de Porto Alegre arborizado. Minha casa ficava ao lado de uma pequena floresta. Na primeira fase de minha vida minha curiosidade as vezes me fez concretizar alguma maldades com os animais. Tirar as primeiras asas das joaninhas para observar se elas ainda assim voavam. Não voavam. Prender vaga-lumes nas caixas de fósforos para solta-los a noite em casa quando não tinha luz alguma ligada. Lindo demais. Eles talvez não gostassem.
            Com os pássaros, por um período, era ambivalente, tinha uma funda e corria atrás deles tentando acerta-los. Ainda bem que minha pontaria era péssima. Cuidava do viveiro de pássaros raros de meu pai e um dia resolvi que eles não eram felizes ali e os soltei. Meu pai é que ficou bem triste, e o castigo certo.
            Os sapos, penso eu, foram os que mais sofreram nas  minhas mãos por várias vezes tentei entender como funcionavam, abrindo com a faca. Curiosidade que foi resolvida por aqueles anos, pois vindo a vida adulta nunca pude lidar com sangue, nunca me imaginei na medicina, fui para as ciências da saúde mental. Ouvir, escutar foi o meu sentido priorizado.
            Sempre fui uma boa observadora da natureza, no caminho que percorro vou descobrindo as arvores diferentes, pesquiso, descubro o nome. Não sossego enquanto não encontro. Flores então amo demais. A última que me surpreendeu foi a Abricó macaco, caminhando pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro, uma arvore com bolas enormes, e quando paro para olhar verifico que tem flores cor de rosa, de um perfume indescritível, e que beleza!  Pensa se eu fosse um beija flor, poderia estar lá em cima, bica-la, pousar e ali ficar apreciando, pura transcendência. Uma flor dessas me paralisa, me chama, me atrai, me deixa embasbacada.
            Fui fazer um retiro de silencio, nele precisava fazer exercícios espirituais, porem o lugar onde escolhi para me calar e ouvir meu mundo interno ela lindo demais. Perdi-me na natureza. Os buganvilas cor de maravilha floridos, as Marias vão com as outras de corres diversas, as pitangueiras floridas, as gralhas azuis que comigo pareciam falar. Os saguis, as cotias, e os pássaros diversos que por lá voavam. Caminhar a beija mar, a beija da lagoa Peri, minha alma ficou leve e solta. Sol, mar e natureza eu era ali um beija flor, pequeno e ágil, de aqui para ali, absorvendo o néctar, os perfumes.
            Sonho com três beija flores brancos, com pequenos riscos pretos, congelados como se dormissem a pouca altura do solo. Chego perto, os toco levemente, eles voam e se transformam em luz. Acordo com o coração palpitando de alegria e paz e penso vou morrer. Deixo ali o que não mais me pertence e sigo.
           


sábado, 5 de novembro de 2016

                                                                                           

        JOANA

                                                                                                     Magaly Andriotti Fernandes

                Joana não sabia ler e nem escrever, mas adorava falar, adorava inventar histórias. Historias suas, sobre suas filhas, suas netas.
Tinha horas que Joana se metia em encrenca, pois inventava sem preocupar-se com a veracidade dos fatos.
Verdade, mentira, real ou imaginário, quem sabe ela não soubesse bem as diferenças.
Falava, falava pelos cotovelos.
Adorava visitar, amigas, vizinhas, tias, primas e filhas. Não gostava de ficar em casa.
Ficar quieta por casa, só se tivesse algo para tecer, algum crochê encomendado, ou para seu próprio consumo.
Nasceu em baixo de mal tempo, o trabalho era seu nome. Na roça até casar, e depois como doméstica na sua própria casa e na dos outros. Ainda idosa trabalhava.
Casou, pariu seis filhos, os criou, da mesma forma que sua mãe, os colocando em casa alheia para trabalhar.

Só hoje passados anos, já adulta, entendo, Joana, minha avo materna. Hoje já sem ranços, sem raivas guardadas, entendo que ela inventou o mundo que pode. Hoje a amo assim como ela em cada canequinha de carne com manjerona que me ensinou a fazer. Como o pão caseiro, que nos deixava moldar bonecos. Cada vez que faço pastel de carne, massa com galinha, todas suas receitas. As minhas não tem o tempero e o sabor dos dela. Saudade Joana, descasa e fica com Deus.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

                                     E as caturritas chegaram

                                                                                  Magaly Andriotti Fernandes

                Moro, no nono andar, de um prédio, bem próximo ao Estuário do Guaíba. Acordar com andorinhas cantando na janela. Ouvindo o canto dos sabias, já é um cotidiano que me faz sentir parte da natureza. Porém de um dia para outro, as caturritas chegaram ruidosas. Não sei se tem alguma associação ou não mas os pardais não mais são vistos por aqui. Um que outro apenas, não aquele número que povoava uma arvore em final de tarde e faziam sinfonia. Pardais e caturitas será que conseguem viver no mesmo espaço?
            Fazem seus ninhos nos coqueiros, nas araucárias, nas arvores mais altas. São ninhos lindíssimos, cheios de gravetos.  Eles lembram prédios, o grupo de caturritas parecem morarem  em andares.
            Os gaviões, seus predadores, também apareceram. Fico ali na janela observando o voo rasante, na tentativa de abocanhar uma delas. Elas são rápidas, voam em grupos. Gritam muito, o que será que dizem? Que tipo de linguagem é essa? Existe sim uma interação. Tem momentos que o grupo voa junto, outros duas a duas, três a três. Meu método de observação não tem uma sistemática.As caturritas, por mim conhecidas, como cocotas, desde a primeira infância. Minha avó  materna tinha uma, ela ficava solta pela cozinha, não voava longe, pois tinha a asa cortada. Ele repetia quase tudo que minha avó falava. O amor humano pelos animais e as vezes muito estranho. Um amor que aprisiona e fere. Minha avó  e ela pareciam muito amigas.  Vovó dava comidinha para ela na boca. Dependendo do que comia, ela deixava a ave pegar o alimento de sua própria língua. Vendo-as, pareciam, mãe e filha.  Um dia ao amanhecer, vi minha avo chorando. A cocota tinha morrido. Diagnóstico caseiro: mal do fígado. Minha avo sofria da vesícula. A relação das duas era mesmo muito singular.
            Passeando pelo bairro, descubro um número significativo de ninhos . Eles são suntuosos, e elas nada discretas. Comem todas as pitangas, abacates, araçás e outras frutinhas pequenas. Essas aves já me deixam incomodada, caminhar e comer pitangas e araçás, uma delícia. Elas são rápidas, não esperam que amadureçam e não me deixam nada.
            Vou pesquisar e verifico que essa invasão na cidade, que no início foi belo, diz da extinção de seu habitat natural. Elas vem para as cidades em busca de alimento e de árvores para poderem reproduzir-se e abrigar-se durante chuvas e vento. Não achei nada que fale da extinção dos pardais na cidades, particularmente na que moro. Minha observação ficou sem conclusão. Os pardais sumiram , e as caturitas chegaram, é isso.

            Essas aves verdinhas e ruidosas, vem nos anunciar que existe uma correlação entre nossas atitudes e suas vidas. Eles comem insetos, o que nós ajuda com relação a mosquitos. O lugar de onde migraram ficaram sem a sua presença, isso com certeza trará danos para aquele espaço. Assim como aqui na cidade nosso ecossistema ficou alterado.  

segunda-feira, 31 de outubro de 2016



                                  Rolinha roxa

                                                                Magaly Andriotti Fernandes

                       Observar pássaros se tornou um habito na vida adulta. Na infância, corria atrás, tentava pega-los. Meu pai tinha um viveiro que cabia a mim alimentar. Um dia resolvi solta-los. Meu pai ficou muito chateado, tinha ali pássaros raros, e gostava de ficar escutando.
                        Com os anos de trabalho não tive muito tempo para dedicar-me a esse “hobby”. Agora aposentada, viajando muito tenho conseguido fotografar, ficar observando o modus vivendi de alguns pássaros.
                        Em outubro no Rio de Janeiro, na Estrada Velha da Tijuca, que fica lindeira da Floresta da Tijuca, fiquei por bons quatorze dias observando uma rolinha roxa no ninho. Ela fez seu ninho no arbusto bem frente à janela do apto onde me hospedara. Fotografei por vários momentos. O papai pombo indo e vindo com o alimento. Ela desassossegada, virando de um lado para o outro.
                      Um beija-flor que também adorava aquela arvore, vinha para buscar o néctar das flores laranjas e amarelas, assustava a rolinha.  Eu imagina um diálogo entre as duas- o que você está querendo beija flor?  Eu, nada!  estou apenas me alimentando, além do néctar só como pequenos insetos. Fique tranquila. Podemos conversar um pouco se quiseres. Assim o tempo passa mais rápido. – Não agradeço, prefiro ficar aqui concentrada, o vento está forte, e preciso cuidar dos meus ovos.
                Uma borboleta preta e amarela relativamente grande também voava por ali. Voava quieta, pousava na flor por instantes e logo partia. E a mamãe rolinha se agitava.
                Ali pelas seis da manhã, um pássaro que não identifiquei cantava, um canto lindo. Não é um canto que eu já tenha escutado. Ele ficava na floresta não permitindo que fosse visto.
                Os saguis, vinham cedo para o telhado da vizinha buscar as bananas que ela ali deixava. Sorrateiros, ágeis, pulavam de galho em galho, se equilibravam no muro, pegavam o alimento e saiam na mesma rapidez.
                No dia que ia embora, pela manhã, para minha surpresa, constato que os dois pombinhos haviam saído do ovo. Papai pombo vem a mamãe sai a voar e ele alimenta os filhotes. Minha máquina não tem um bom zoom, não consegui registrar momento tão intenso. Ora um, ora outro o pai alimenta. São apenas dois filhotinhos.
                Pedi que minha amiga continuasse a observa-los e se pudesse registrar quando eles iniciassem a voar.
                Ali, naquela cidade maravilhosa, como é conhecida, com tantos lugares lindos para se descobrir, com tão pouco espaço para moradia, superpopuloso, ainda tem espaço para os pássaros e outros animais silvestres.
                A pombinha rola, ali com seus filhotes, com sua família constituída, em plena primavera, nos faz sentir-nos em paz imersos nesse universo que tanto nos instiga.

domingo, 30 de outubro de 2016

RISCO E RABISCO: E O BURACO FOI FECHADO…. E O VOTOANULADO          ...

RISCO E RABISCO: E O BURACO FOI FECHADO…. E O VOTOANULADO          ...: E O BURACO FOI FECHADO…. E O VOTO ANULADO                                                                                        MAGA...

E O BURACO FOI FECHADO…. E O VOTO ANULADO

                                                                                      MAGALY ANDRIOTTI FERNANDES


Pasmem, depois de uns seis meses, o buraco da minha rua foi fechado. Indo exercer o direito de votar constato que o buraco finalmente não está mais ali. Não sei precisar a data que isso ocorreu, pois nesse semestre ando viajando muito e não caminho por essa parte da calçada.
Fico pensando logo hoje que tenho que ir escolher entre o péssimo e o menos ruim, o buraco está fechado. Será que o prefeito atual pensando em votos para sua coligação tomou tento? Será que o vizinho que mora em frente ao buraco, não mais suportando o fatídico o consertou?
Eu, hoje também fiz algo que nos 49 anos como eleitora nunca tinha feito, anulei meu voto. Sim muitos pensam que anular e igual a deixar em branco ou não votar. Não, anular e dizer para o prefeito que for escolhido, se algum for, que não o aprovo, que não estou com ele, que não concordo com a política atual. Todos os cidadãos poderiam optar por anular e teria que ser refeita a eleição. Eu tenho o direito e o dever de me manifestar. Não suporto mais os desmandos da política, não suporto mais ser roupada cotidianamente. Não suporto mais ver minha cidade que era um exemplo, ter seu povo caminhando e morando na rua e nas paradas de ônibus, as escolas sem conservação, os servidores mal pagos, os hospitais, os mesmos desde que me conheço por gente, negligenciados. E por ai vai o levantamento do que não funciona na minha cidade. Quero uma cidade nova, quero poder andar por ela e novamente me orgulhar de aqui ter nascido, por isso exerço o direito de anular o voto.  O voto em branco deixa em uma interrogação, não se sabe se não consegui resolver a dúvida entre um o outro, se só vim as urnas para não ficar sem pagamento, em caso de servidor público, e ai uma série de outros aspectos escondidos no voto em branco. Não vir votar também pode ser um ato de protesto, mas como esse direito foi conquistado a duras custar, não vou entregar ele assim de bandeja para esse grupo organizado, essa facção que está no poder. Anulando meu voto, mostro que moro aqui, que existo, que tenho acompanhando o que o prefeito fez, ou fara durante o seu desempenho funcional. Caso algum prefeito se eleja, ele terá que saber o número de pessoas que votaram nele, e o número de pessoas que anularam, que eu penso não serão poucas, e isso deve fazer a diferença. Ele se consciência e ética tiver terá que exercer o seu mandato pisando num pé só como diria meu avó.
Estou feliz mesmo assim, o buraco foi fechado, as pessoas podem caminhar tranquilos sem o risco de cair, e eu fiz o que a atual conjuntura política desse pais me pressionou a fazer, anulei o meu voto.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016


A cidade desnudada

                                                           Magaly Andriotti Fernandes









Viajar é sempre bom. Mesmo quando se retorna a  uma cidade já conhecida. Conhecida? escrevo e fico pensando, como se conhece uma cidade,? Conheço mesmo o Rio de Janeiro? Vim aqui pela primeira vez nos meus quinze anos, eu e mais três amigas. Elas já  faziam férias no Rio com os pais. Para mim foi um encantamento só, nunca tinha viajado sem meus pais.  Nós quatro caminhando por aquelas ruas a beira mar, pelas ruas do bairro Laranjeiras, muito arborizadas, pelo Flamengo, Botafogo. Ficar ali olhando os barcos, nas trilhas da Urca. Subindo ao Cristo Redentor , no bondinho do Pão de Açúcar, andando de bicicleta pela ilha de Paquetá. tomando banho nas praias oceânicas… e levando aquele caldo nas ondas de Copacabana. Tempo de muita fala, risos, encontros. Nossa amiga do ginásio com a qual devíamos encontrar e não conseguimos não nos perdoa ate hoje. Todas jovens, queríamos fazer tudo, a ansiedade era muita. Éramos muito perdidas,desbravando aquela cidade maravilhosa juntas, com muitos medos, receios  que foram  ali vencidos.
Madrugar no Mosteiro de São Bento e ouvir os cantos gregorianos, fazer a visita guiada no Teatro municipal , ficar imaginando uma opera ali realizada, outras apresentações. As igrejas são muitas, de Santa Rita, Santo Antonio, São Sebastião .. As igrejas conheci, uma mais linda que a outra, de épocas históricas diferentes de construção.Os Museus então, do Mar, do Amanhã, Histórico Nacional...A cada dia, novos acervos, o cuidado a atenção dos servidores com os visitantes.
Nessa última viagem me senti fora do país. O Centro do Rio preservou os prédios antigos, muito arborizado, e ampliou com um transporte ágil e que preserva o meio ambiente. Tudo muito futurista. Já amava essa cidade agora meu coração bate descompassado
.A comida carioca, essa nos faz sair sambando. Um chá da tarde na Colombo, ou um almoço ao som do piano.  Os bares de Ipanema, Leme, de Copacabana...etc.
Os cinemas, o Odeon, o mais antigo do país, ate mesmo os de shopping aqui são charmosos. As livrarias, a Travessa com os seus cafés, os sebos.Os amigos e amigas, o carinho de estar com eles é sempre uma festa. Ainda não fui a Marquês de Sapucaí, mas sonho em ali desfilar em uma escola de samba. Minha amiga já foi e virou estrela.
Na Lapa quase sempre que venho uma noite passo por la. No Rio não se fica sem dançar, sem tomar chopp, sem um bom vinho.
As praças, a floresta da Tijuca...são muitos lugares para ir se apreendendo essa cidade dita maravilhosa.No Estado do Rio de Janeiro já fui a Búzios, Cabo Frio, Petrópolis, Teresópolis, e amei tudo. Paraty, caminhar pelas ruas antigas.Enfim descobri que não conheço  essa cidade, mas cada vez que retorno gosto mais ainda dela. Conhece-la implica em deixar-se perde, esvair-se nas ruas, no povo e na cultura.

Histórias que Pintam:  "As cinco direções de um corpo" é o novo livro e...

Histórias que Pintam:  "As cinco direções de um corpo" é o novo livro e... :  "As cinco direções de um corpo" é o novo ...