Amanheceu
Amanheceu
peguei a viola botei na sacola e fui viajar, plagiando Almir Sater, amanheceu
vim para o computador e resolvi que era hora de escrever. Morar no nono andar nos dá essa
tranquilidade, poucos ruídos, acordo ao som dos pássaros, atualmente as caturritas
tem sido as principais cantoras.
Dar
asas à imaginação, dar corpo, cheiro e forma para esses pensamentos e
sentimentos que me povoam. Em Porto
Alegre estamos vivendo um momento muito diferente, uma sensação muito grande de
insegurança paira no ar. E olha que não sou pessoa de me assustar, ou de me
impedir de sair, de ir a rua. O que se passa. Seria o governo do Estado e sua política
de insegurança, que desde o seu primeiro dia, já apregoou que o Rio Grande do
Sul está falido, e não fez nenhuma proposta.
Sim porque quando alguém se candidata para um cargo, e não faz o que
necessita, o barco fica à deriva e é esse o sentimento, de um barco sem rumo,
sem projetos. Sendo eu uma pessoa que trabalhou por bons trinta anos com o
comportamento humano, com o comportamento humano violento, me sinto assim,
imaginem o leigo. A sensação deve estar aumentada. E com isso as pessoas ficam vulneráveis.
A
cidade em si, que e competência do Prefeito, também ao caminharmos ou andarmos
de carro, vemos o descaso, obras inacabadas, demoradas, menosprezando a inteligência
do morador, do cidadão. Nosso símbolo histórico a ponte na Borges, está lá
fonte de mosquitos, num tapume, sem que a comunidade saiba o que mesmo está
sendo feito ali, que tipo de restauração será.
Mas
vocês devem estar se perguntando, mas que falta de imaginação, ao amanhecer
falar do governo, do prefeito, com tantas maravilhas para se dizer, se escrever
e se falar. Penso que tenho que trocar com vocês desse sentimento, pois ao
compartilharmos nos fortalecemos, nos damos conta que somos muito mais do que
um governante, que mal governa, que a cidade é cada um de nós, e todos nos
juntos. E que cada um de nós faz sim a diferença. E que não podemos nos deixar
levar por essa sensação, e nos impedir de caminharmos nas ruas de nossa Porto
Alegre, sim pois esse é um Porto alegre.
Uma
cidade com parques, com ruas lindas, com bons mercados, bons shoppings, bons
teatros, bons cinemas, e que já tivemos as melhores escolas do pais. Hoje ula
la, as escolas estão ai sem reparos, professores mal pagos, mal preparados, uma
educação assim como o governador falida. Uma educação sem vida, sem colorido.
Isso também nos traz o desalento, a falta de perspectivas. Uma educação sem música,
sem artes, sem esportes, sem literatura.
E
assim como a música tenho pensado muito em ir viajar, em sair desses pagos, com
canta o Vitor Ramil. Mas sair seria a solução. O último que sair apague a luz.
Vejo que ser criativo e muito difícil, pois as frases até aqui tem dono, e não sou
eu. E os temas, nos são comuns. Vejo que o desafio está ai e está posto nessa
Porto Alegre, que é sim uma boa cidade para morar e educar os netos.
Porto Alegre, 5 abril 2016
MAGALY ANDRIOTTI FERNANDES
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