quinta-feira, 26 de maio de 2016


Café com Stella


         

Em 2015, novembro, frequentando o curso de italiano em San Severino Marche,



fizemos uma turma muito animada de pessoas de diversas nacionalidades. Durante as aulas combinamos tomar um café com Stella em Buenos Aires, no famoso Café Tortoni.

No início desse anos iniciamos as tratativas, as programações, e conseguimos estar entre treze pessoas Argentinos e Brasileiros para celebrar nosso reencontro e aproveitar para falar em italiano no mês de maio na Argentina.



 O Café Tortoni fica na av. de maio 825, porém pouco se sabe sobre suas origens. O que se sabe é que um imigrante francês, cujo sobrenome era Touan decidiu inaugurá-lo no fim de 1858 e que o nome do café ele pegou emprestado de um estabelecimento no “Boulevard des Italiens”, no qual se reunia a elite da cultura parisiense do século 19.

No fim do século, o bar foi comprado por outro francês: Dom Celestino Curutchet. Descrito pelo poeta Allende Iragorri como “o típico velhinho sábio francês”, de corpo miúdo e espírito forte, exibia um clássico cavanhaque longo, olhos vivíssimos e usava um solidéu árabe de seda preta, quase um personagem dos quadrinhos, que dava um toque peculiar ao local.


O local era frequentado por grupos de pintores, escritores, jornalistas e músicos que formavam a “Agrupación de Gente de Artes y Letras”, liderada por Benito Quinquela Martin. Em maio de 1926, eles formaram “La Peña” e pediram a Dom Celestino Curutchet que os deixasse usar a adega do subsolo. O dono aceitou encantado porque, segundo suas palavras, “os artistas gastam pouco, mas dão brilho e fama ao café”.

Neste café o tempo parece ter parado como em uma fotografia na qual as pessoas jogam bilhar, cartas, ou simplesmente tomam café com amigos. Este lugar é, cada vez mais, uma parte indispensável da história portenha.


No café Tortoni Jorge Luís Borges, Afonsina Storni, e Carlos Gardel tem uma mesa permanente reservada, marcando sua presença.


Na sexta feira, assistimos a um belíssimo show de tango, mas Stella não pode estar conosco, e nosso café foi adiado. No sábado, com a chegada de outros membros do grupo marcamos encontra-la na não menos histórica Confeitaria Violleta construída em torno de 1920. Com suas janelas com vitrais e portas de vidro curvo, seus vitrais franceses e pisos de mármore italiano. Os vitrais restaurados foram projetados para decorar e iluminar o ambiente agradável de um café daqueles momentos em que as pessoas gastam o tempo de lazer em uma área selecionada.


O edifício foi declarado "Patrimônio Histórico da Cidade" em 1998 pela Legislatura da Cidade de Buenos Aires. Durante vários anos antes da atual restaurar o local foi fechado e semiabandonado. A restauração do edifício, seus componentes e as janelas começaram em janeiro de 2001 e terminou em junho desse ano. Emociona saber que Mercedes Sossa já desfrutou das delicias desse estabelecimento.

E foi um café, com falas em italiano, português e espanhol. Estar entre amigos, retomar relações, bater papos, sorrir solto e descontraído. Um grupo muito heterogêneo, mas que consegue desfrutar da companhia um do outro, interagir e desfrutar das belezas de uma cultura tão especial como a da capital da Argentina.


(http://www.lasvioletas.com/lahoradelte.html)





Nosso propósito, nos encontrar para exercitar o italiano, o que ocorre que fala-se um “portoitaloespanhol”. Com dentre nos há uma jornalista, fazemos um vídeo para nossa professora na Itália. Fazemos projetos de retorno, de retomar o curso não apenas no nosso pais, mas de onde paramos em San Severino Marche. Dias de aprendizado, de caminhadas, de descobertas, de deslumbramento da arte, da língua e da cultura italiana, que nos marcou de tal forma que não conseguimos ficar sem retornar.


Dias frios de outono e sol, bons para caminhar, e Buenos Aires apetece. Rua Florida, praça de Madres de Mayo, Congresso Nacional, a Igreja de San Martin, a Av. Corrientes, o Teatro Colon, e o inesquecível Jardim Japonês. Porto Madeiro e São Telmo, dia de chuva, chuvisqueiro. Sim, aproveitamos e visitamos o estádio do Boca, e o Caminito. Mas nosso percurso era calmo e tranquilo, quando a chuva acentuava, parávamos para um café, um drink, um papo, ver e-mails, face etc.


Porto Madeiro, como não falar da ponte da Mulher, do cais, dos restaurantes, olhar a cidade desde ali, observar ao sabor do bom café argentino e de um alfajor.


Em São Telmo, a feira com muitos artistas independentes, o banco com a nossa Mafalda, a Suzanita, o prédio onde morou seu autor o Quino.




O Jardim Japonês de Buenos Aires (em espanhol Jardín Japonés de Buenos Aires) foi construído no Parque Três de Fevereiro, situado no bairro de Palermo, em Buenos Aires, no ano de 1967, na ocasião da visita à Argentina do então príncipe-herdeiro do Japão, o atual imperador Akihito.


Embora seja um espaço público, a entrada ao jardim é paga, e tudo que é arrecadado é destinado à manutenção do Complexo Cultural e Ambiental Jardim Japonês, este administrado pela Fundação Cultural Argentino-Japonesa. Além de árvores e plantas, o jardim contém um prédio no qual funcionam um centro de atividades culturais, um restaurante, um viveiro (onde é possível comprar bonsais) e uma tenda de artigos variados.














Todos os elementos do Jardim Japonês buscam a harmonia e o equilíbrio. As pontes constituem símbolos: existe uma muito curva e extremamente difícil de atravessar, chamada Puente de Dios (ou Ponte de Deus), que representa o caminho para o paraíso. Outra ponta se chama Puente Truncado conduz à "ilha dos remédios milagrosos".


Além de antigas árvores autóctones como a Tipuana tipu e a Paineira, encontra-se também uma grande variedade de plantas japonesas, entre elas a famosa Sakura, o Acer Palmatuny e as azaléias; no lago há uma grande quantidade de carpas de variadas cores, as quais podem ser alimentadas mediante comida balanceada adquirida no mesmo centro. No centro se pode ver figuras com um claro estilo samurai, uma masculina e outra feminina.


O Café El Gato Negro, um ambiente aconchegante, ao entrar o perfume dos temperos que ali são vendidos, o aroma do café misturado, os doces. Tarde de muita troca, de histórias de viagens de famílias e de amores.




E o no nosso último dia andando pelas ruas de Palermo em busca do jardim Botânico, chegamos por acaso ao Guidos Bar, um ambiente que nos fez pensar que ainda estávamos na Itália, pela decoração, pelo atendimento, pelos pratos, pelo vinho. Não queríamos mais sair dali. La fora ruas lindas arborizadas, ficamos sabendo que por ser segunda feira nem o Jardim Botânico e nem o zoológico estariam aberto. Nos deixamos ficar ali, jogando conversa fora, saboreando um bom vinho e uma boa música, claro sem falar das companhias.




Nos hospedamos na av. Cerrito, no Hotel Salles, bem no Centro da cidade, estávamos próximo a tudo, e quando necessário ao metro, a taxi.

Como nem tudo e perfeito, a Go| trocou meu voo direto por uma conexão na ilha da Magia, e só me restou ler, ouvir música e tomar um cansaço de aeroporto

4 comentários:

  1. Che buon raconto ! e che buoni foti. Grazie Magaly. Sono contenta di avere conosciuto e sogno con un nuovo incontro in qualsiasi luogo. Per che no in Italia un'altra volta. Abbraccio cara amica.

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  2. Adorei fazer parte desse lindo encontro. Belo texto Magaly.

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  3. Quantas lembranças boas! Estar com vcs faz o coração aquecer :)

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